domingo, 19 de maio de 2013

Polícia cadastra seis mil propriedades rurais de Uberaba, MG

Polícia cadastra seis mil propriedades rurais de Uberaba, MG



A sensação de insegurança que atinge a rotina de quem mora em Uberapa chegou também à zona rural da cidade. No último fim de semana, três propriedades foram alvo de bandidos. A Polícia Militar (PM) afirmou que pretende diminuir esse tipo de ocorrência e que a população pode ajudar. Por causa do medo, muitos produtores estão se rendendo a um esquema de segurança, com câmeras de vídeo e portões eletrônicos.

Uma produtora rural que preferiu não se identificar disse que ainda está se recuperando do trauma. Ela sofreu um sequestro relâmpago há um mês, no momento em que chegava em casa, depois do trabalho. Segundo ela, os bandidos levaram o carro, dinheiro e a abandonaram em uma estrada vicinal, localizada a cerca de 20 quilômetros do sítio. “No primeiro momento, eu senti medo de morrer. Depois que eu vi que estava a salvo, veio a revolta, porque todo bem que a gente tem é trabalhado. Então vem a sensação de impotência”, disse ela.

No município existem seis mil propriedades rurais e a PM está cadastrando todas elas, inclusive mapeando as rotas de acesso. As informações ficarão armazenadas em um mapa e serão úteis para agilizar as ações de combate ao crime.

Em dois anos de trabalho, metade das propriedades foi cadastrada. Mas o sistema ainda não entrou em operação. Será um forte aliado da Polícia Civil, que recebe as ocorrências. No começo desse mês, a cidade ganhou a primeira Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) Rural do estado.
Segundo o delegado responsável, Leonardo Cavalcanti Rodrigues da Cunha, esse tipo de crime exige mais tempo de investigação. “São delitos em que a vizinhança de uma propriedade para outra fica muito longe, por isso, dificilmente conseguimos testemunhas além das vítimas. Não existe sistema de monitoramento nas fazendas. Tudo que for relacionado a segurança, como câmeras ou alarmes ajudam. Sabemos que as pessoas dizem que isso não é função delas, mas, infelizmente, não há como a polícia estar presente em todos os locais”, afirmou o delgado.

E enquanto uma solução definitiva não é encontrada, os moradores continuam reféns do crime. “Eu acredito que é preciso um policiamento mais ostensivo, uma forma mais forte de punir as pessoas que erram. Eu vou ter que aprender a conviver com o medo”, concluiu a produtora, que preferiu não se identificar.


postado por Bruno Calandria Ribeiro

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